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A MORTE DE MOHAMMAD

 

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Em maio de 632, depois da Peregrinação da Despedida, Mohammad recrutou os homens para uma expedição à Síria. Um dado curioso dessa expedição é que Usama, filho de Zaid ibn Haritha, foi indicado o comandante, embora ele só tivesse 20 anos e nenhuma experiência de comando. A indicação provocou uma grande crítica, especialmente entre os veteranos mais experimentados, que se viram  substituídos por um rapaz imberbe.  Não há registros a respeito dos resultados dessa expedição. Ibn Ishaq tem uma nota curta onde relata o fato de que eles fizeram alguns prisioneiros num porto, provavelmente do mar Vermelho.

Certa noite de junho de 632, Mohammad chamou um de seus libertos e lhe disse que Deus tinha ordenado ir ao cemitério e rezar pelos mortos. Acompanhado deste homem, ele saiu e quando estava entre os túmulos, dirigiu-se aos mortos:

"Que a paz esteja com vocês, ó povo dos túmulos. Felizes são vocês porque estão muito melhor dos que os homens daqui. As divergências chegaram como ondas de escuridão, uma após a outra, sendo a última pior do que a primeira."

Quando ele acabou de rezar, chamou seu liberto e voltou para casa. Na manhã seguinte, sentiu uma violenta dor de cabeça. Ele tentou visitar suas esposas, indo a casa de cada uma delas mas desmaiou na casa de Maimuna. As mulheres se reuniram em volta dele e lhe deram permissão para que fosse  cuidado durante sua doença na casa de Aisha.

Devagar os homens estavam terminando os preparativos para se juntarem à expedição de Usama, ainda ressentidos com a indicação dele. Mohammad, no entanto, estava forte o suficiente para realizar a cerimônia de apresentação de Usama com a bandeira de guerra, um ritual introduzido pela primeira vez por Qusai.

Então ele amarrou um lenço em volta de sua cabeça para acalmar a dor que latejava em sua cabeça e fez um esforço para entrar na mesquita para as preces. A partida da expedição de Usama foi retardada, em vista do estado de saúde de Mohammad. Ele estava com muita febre. Não conseguindo dirigir as preces públicas, deu ordem a Abu Bakr para substituí-lo.Certa vez, na ausência de Abu Bakr, Omar ibn al Khattab foi quem dirigiu as preces. Ao reconhecer a voz de Omar, pois a porta do quarto de Aisha dava diretamente para a mesquita, ele gritou de sua cama, "não, não, somente Abu Bakr." Talvez ele quisesse enfatizar o respeito que tinha por Abu Bakr como o mais velho.

Algumas de suas esposas se reuniram com outras mulheres e decidiram forçá-lo a tomar um remédio. Mohammad perguntou-lhes porque elas estavam agindo assim e elas disseram que estavam com receio de que pudesse ser pleurisia. Mas ele respondeu que Deus não o afligiria com uma doença tão diabólica.

Na verdade, à luz dos modernos conhecimentos, parece provável que Mohammad tenha morrido de pneumonia. Talvez ele tivesse se resfriado quando saiu para rezar no cemitério, pois na manhã seguinte ele acordou com uma terrível dor de cabeça e a partir daí sua febre aumentou continuadamente. No décimo dia de sua doença, a febre atingiu seu ponto mais alto, ele ficou parcialmente consciente e seu corpo estava atormentado pela dor. Então, na manhã seguinte, quando Abu Bakr estava dirigindo a prece, a porta do quarto de Aisha rapidamente se abriu e Mohammad apareceu sorrindo no pátio da mesquita. Ele acenou para os fiéis para que continuassem a prece e se sentou no chão para descansar.

Quando as preces acabaram, Abu Bakr se aproximou dizendo feliz "ó Apóstolo de Deus, vejo que hoje você está gozando das bênçãos de Deus, como todos nós queremos." Achando que Mohammad estava recuperado, ele pediu para visitar sua família, que vivia do outro lado do oásis.

Mohammad voltou para sua cama, deitou-se com a cabeça no peito de Aisha. Limpou seus dentes energicamente e  voltou a deitar-se. De repente, Aisha percebeu que sua cabeça tinha ficado mais pesada. "Senhor, conceda-me o perdão", disse ele. Seus olhos ficaram fixos. O mensageiro de Deus  tinha ido encontrar-se com seu Senhor.

 

 

FONTE:

"The Life and Times of Muhammad" - Sir John Glubb - Madison Books - N. York

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