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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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Os almorávidas e os almoádas

 

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Em 711 d.C, um exército de árabes e bérberes cruzaram o norte da África e penetraram a Espanha,  derrotando as forças cristãs dos visigodos. A província foi anexada ao califado omíada (em Bagdá),  mas permaneceu sob o domínio do califado por menos de quatro décadas. Quando os abássidas se rebelaram contra os omíadas, em 749 d.C, o príncipe 'Abd al-Rahman I sobreviveu e passou a controlar a Espanha como um estado independente. Em 929  d.C, quando o poder do califado abássida estava  declinando,  o governante espanhol,  'Abd al-Rahman III tomou o título de  califa para ele e seus sucessores.  Mas, o novo califado durou apenas um século  e rapidamente se desmoronou, em 1030 d.C. 

A ausência de poder permitiu o estabelecimento de uma série de pequenos estados. Esses estados variavam  em extensão, recursos e poder. Por todo o século XI,  cada um deles tentava, à sua maneira, manter  independência em relação aos estados rivais.  Os mais poderosos eram os de Toledo, Sevilha, Badajós e  Granada. Quarenta anos mais tarde, muitos desses estados foram  varridos por um grupo de muçulmanos bérberes. Menos de um século  mais tarde,  esses  bérberes, conhecidos como os almorávidas, seriam deslocados por um outro invasor da África, uma seita xiita,  os  almoádas.

Em 1036  d.C, um líder de uma das tribos bérberes  que controlava o Sahara ocidental, fez a peregrinação a Meca. Na volta, ele parou em Qayrawan,  onde ele comentou com um sábio muçulmano sobre a falta de ensino religioso entre  o   seu povo e  que ele tinha vontade que aprendessem sobre  o Islam.  O sábio enviou um  teólogo de nome Abdallah ibn Yasin para ensinar o Islam aos bérberes.

Abdallah ibn Yasin encontrou um povo na maior parte analfabeto e quase que inteiramente sem o conhecimento da tradição e ensinamentos islâmicos. Os  bérberes, de início, resistiram aos ensinos de Ibn Yasin e não aceitaram a doutrina religiosa muçulmana. Rejeitado, Ibn Yasin se retirou para a ilha de Tidra, em torno de 1050 d.C. Quando ele retornou para o continente ele tinha alcançado um grande sucesso no convencimento de  muitos bérberes que aderiram ao Islam ortodoxo e também tinha conseguido unir muitas tribos inimigas sob a nova ortodoxia. Os seguidores bérberes de Ibn Yasin ficaram  conhecidos como al-Murabitun, "o povo da fortaleza" e na historigrafia ocidental são conhecidos como os almorávidas. Os almorávidas acreditavam firmemente nos ensinamentos islâmicos de Ibn Yasin sobre a jihad contra  não muçulmanos.   A meta inicial dos almorávidas era estabelecer uma comunidade política,  na qual os princípios islâmicos pudessem ser aplicados.

Em  1055 d.C, eles capturaram os dois mais importantes   centros do comércio de ouro trans-saariano, Sijilmasa e Awdaghust. A morte de Ibn Yasin em 1059 d.C não os fez parar. Um seguidor de nome Abu Bakr, tomou o manto da liderança e empreendeu uma conquista contínua da região noroeste da África até sua morte em 1087d.C.

O IMPÉRIO ALMORÁVIDA NO MAGREBE

1055 - 1157

                                                                                 A marcha dos Almorávidas - Fonteira leste do território almorávida



Em 1083 d.C, os almorávidas controlavam a região que ia de Awdaghust, no sul, até o Marrocos e Argélia, no sul. Tendo Marrakesh como sua capital, eles exerciam  uma forte influência religiosa e  detinham o  controle do comércio de ouro da região. Em 1087d.C, um primo de Abu Bakr, Yusuf ibn Tashfin, tornou-se o líder do ramo norte dos almorávidas e  conquista Ceuta, que ficava ao longo do Estreito de Gilbratar.

Na península  ibérica,  Alfonso VI    conquistava a cidade muçulmana de Toledo em 1085 d.C. O governante muçulmano de Sevilha, sentindo-se ameaçado, pediu aos almorávidas ajuda e em 1086 d.C, o exército de Ibn Tashfin cruzou o estreito,  derrotou Alfonso VI  e retornou ao Marrocos.  As  vitórias cristãs na Espanha estimularam Ibn Tashfim a cruzar   o estreito de novo. Mas, dessa vez, ele e seu exército se submeteram aos aliados muçulmanos. Os almorávidas anexaram toda a Espanha muçulmana, estendendo seu vasto império desde o rio Senegal até o rio Ebro, e a Andaluzia se transformou numa simples província do Marrocos.  No entanto, essa unificação política não durou muito.   Dificuldades econômicas, inquietação social e os pogroms contra as comunidades   judaica e cristã,  dispararam uma série de revoltas.

No final, o enorme tamanho do império almorávida,  a devoção religiosa e a unidade, bases desse império, determinaram sua queda. Uma administração fraca acabou gerando abusos. Em  1140 d.C, os bérberes do norte da África  se juntaram  e declararam a jihad contra   os almorávidas,  a quem  acusavam de corrupção e opressão. Em 1147 d.C, esses novos guerreiros, os almoádas, sitiaram Marrakesh e em 1172 d.C,   controlavam toda  a Espanha muçulmana,   terminado com o domínio almorávida.

Os Almoádas

Os almoádas eram um povo árabe que conquistou o controle  dos almorávidas, seu inimigo tradicional no norte da África. Os almoádas invadiram a península e reconstruíram pela segunda vez a unidade andaluza, tornando-a independente do Marrocos em 1170  d.C.  Também  foram bem sucedidos em  suas tentativas de conter o avanço cristão.  Foram os responsáveis pela maior vitória militar conta o rei de Castela, em Alarcos (1195d.C)

Sob a dinastia almoáda o comércio andaluz floresceu; Sevilha tornou-se a capital do mundo islâmico ocidental.  No entanto,   o fanatismo religioso e a intolerância incondicional alienou a população. Além disso, Castela,  Navarra e Aragão se uniram  contra  os   almoádas,  a quem  eles derrotaram na batalha decisiva de Al Uqab em 1212 d.C. Esta vitória garantiu aos cristãos passagem pelo rio Guadalquivir.

Pela terceira vez, em 1224 d.C, a Andaluzia uma vez mais sofreu uma fragmentação política em Taifas. Isto frustrou qualquer tentativa de impedir o avanço cristão. As sucessivas conquistas feitas por Castela e Aragão reduziram a Espanha muçulmana aos domínios de Granada. Como um estado vassalo de Castela, a dinastia nasrida de Granada administrou o reino por cerca de dois séculos e meio. Embora sua importância política fosse pequena no comércio e nas artes, o califado de  Granada conquistou grande  prestígio. Finalmente,  em 1492  d.C,   os reis católicos sitiaram a cidade de Granada,  cumprindo o último estágio da Reconquista da  Espanha e pondo um fim ao governo muçulmano na península.

ESPANHA MUÇULMANA SOB OS ALMORÁVIDAS E OS ALMOÁDAS

                                                                    - Limite máximo da expansão almorávida

                                                   Limite máximo da expansão almoáda 

                                                   Fronteira do território muçulmano ao término da dinastia almoáda

 


 

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