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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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INTRODUÇÃO

 

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Com o colapso da administração mongol em território islâmico, nos séculos XIV e XV, três novos impérios começam a se formar, partindo da Ásia: o império otomano, na Ásia Menor, o império safávida, na Pérsia, e o império mogol, na Índia. Esses três impérios foram o resultado de séculos de construção e expansão do estado islâmico, e que, no seu apogeu, chegaram a cobrir quase que todo o mundo islâmico. As únicas regiões que ficaram fora de seus domínios foram a África Ocidental e o Sudeste Asiático. Esses três impérios também foram importantes porque  foram a ponte que possibilitou a transição do período medieval para o moderno, na história islâmica.

O império safávida, que foi fundado como uma dinastia política, em 1501, foi o segundo grande império islâmico a ser formado. Originou-se de uma seita religiosa e só assumiu a feição de um estado político e militar após 1501. O império safávida também se distinguia dos impérios otomano e mogol, porque era um governo oficialmente xiita e as diferenças religiosas levaram a muitos antagonismos entre eles e seus vizinhos sunitas. Dos três, o império safávida foi o menor e sofreu seu colapso nas mãos dos invasores afegãos, em 1722. Atualmente, corresponde ao Irã.

O império mogol da Índia, que surgiu em 1526, foi o terceiro grande império islâmico a se formar e lutou por muitos anos até consolidar seu território. Ele se beneficiou de uma sucessão de governantes fortes durante os séculos XVI e XVII, muitos dos quais foram capazes de assegurar a sobrevivência do império graças a uma política voltada para a população hindu . Da mesma forma que os impérios safávida e otomano, o império mogol finalmente deteriorou-se e foi absorvido pela expansão britânica promovida na Índia, em meados do século XIX.

O império otomano, que se formou no início do século XIV, foi o primeiro desses três grandes impérios islâmicos. Alcançou o seu ápice por volta de 1600, após o qual começou a entrar num lento declínio, resultante da desorganização interna e da pressão de seus inimigos externos europeus e asiáticos. No entanto, conseguiu sobreviveu até a I Guerra Mundial e se dispersou em 1918. Atualmente, corresponde à Turquia.

O Império Otomano, com sua capital em Istambul, compreendia todos os países de fala árabe,  com exceção de partes da Arábia, Sudão e Marrocos.   O império também incluía a Anatólia e o sudeste da Europa. O turco era a língua da família governante e as elites militar e administrativa,  em sua maioria,   compunham-se de convertidos ao Islam,  provenientes dos Balcãs e do Cáucaso. A elites religiosa e jurídica eram de diversas origens, treinadas nas escolas de Istambul e transmitiram um corpo de literatura jurídica em árabe.

O império era um estado burocrático, que comportava diferentes regiões dentro de um único sistema administrativo e fiscal. Foi, também, a última grande expressão de universalidade do mundo islâmico. Preservou a lei religiosa, protegeu e ampliou as fronteiras do mundo muçulmano, preservou as cidades santas da Arábia e organizou a peregrinação a elas. Foi também um estado multirreligioso, reconhecendo e aceitando as comunidades judaica e cristã. Os habitantes muçulmanos das cidades provinciais eram tirados do sistema de governo e dos países árabes, onde havia  uma cultura arabo-otomana desenvolvida, preservando a herança e, até certo ponto, desenvolvendo-a em novos rumos. Além das fronteiras, o Marrocos desenvolveu-se de formas diferentes, sob o governo de   dinastias próprias, que também reivindicavam uma autoridade baseada na proteção à religião.

No século XVIII, o equilíbrio entre os governos central e locais, dentro do Império, alterou-se e, em algumas partes, famílias ou grupos otomanos locais,  tinham uma autonomia relativa, mas permaneciam fiéis aos interesses maiores do estado otomano. Houve uma mudança, também, nas relações entre o império e os estados europeus. O império, que nos primeiros séculos havia se expandido pela Europa, na última parte do século XVIII  ficou sob a ameaça militar do ocidente e do norte.  As relações comerciais também se modificaram, em razão do fortalecimento dos governos europeus e dos mercadores no oceano Índico e no mar Mediterrâneo. Ao final do século, a elite governante tornou-se consciente do declínio de seu poder e independência, e começou a apresentar suas primeiras tentativas para responder aos novos desafios.

O século XIX vai encontrar uma Europa dominando o mundo. A Revolução Industrial, a mudança no modo de produção, o crescimento da produção em escala e as mudanças nos sistemas de comunicação - a chegada dos navios a vapor, as estradas de ferro e o telégrafo - levaram a uma expansão do comércio europeu, que foi acompanhada de um fortalecimento do poder armado na maior parte dos estados europeus. A primeira conquista de um país árabe foi a da Argélia, pela França. Os estados e sociedades muçulmanos já não mais podiam viver um sistema estável e auto-suficiente. Nessa nova correlação de forças, era preciso criar os meios que garantissem a sobrevivência num mundo dominado pelos outros. Surgem, então, novos métodos de organização militar e administrativa, e de códigos legais moldados de acordo com os europeus. Os primeiros a adotar esses novos métodos foram os governos de duas províncias virtualmente autônomas, o Egito e a Tunísia.

Nas capitais dessas províncias reformistas e nos portos, que expandiram seu movimento em razão do comércio com a Europa, uma nova aliança de interesses se formou entre eles e os comerciantes estrangeiros e uma elite nativa de proprietários de terra e mercadores, comprometidos com o comércio com a Europa. No entanto, as consequências logo se fizeram sentir, quando em muito breve tempo, Egito e Tunísia cairiam sob o controle europeu, seguidos do Marrocos e da Líbia. O Império Otomano também perdeu a maior parte de suas províncias européias e tornou-se um estado arabo-turco.

Ainda que a cultura islâmica continuasse preservada, uma nova corrente de pensamento emergiu, tentando explicar as razões da força da Europa e mostrar que os países muçulmanos podiam adotar as idéias e métodos europeus, sem trair suas próprias crenças. Para isso, foi importante os estudiosos das escolas criadas por esses governos reformistas e missionários estrangeiros, que puderam expressar seus conceitos, através de jornais e periódicos. Suas idéias predominantes eram a reforma da lei islâmica, a criação de uma base nova para o Império Otomano, e, no final do século XIX, a idéia do nacionalismo acabou encontrando espaço naquelas sociedades. Afora alguns raros momentos de rebelião, as novas idéias mal tocaram a vida das pessoas no campo e no deserto.

A I Guerra Mundial terminou com o desaparecimento final do Império. De suas ruínas emergiu um novo estado independente turco, mas as províncias arábicas foram colocadas sob controle britânico e francês. Todo o mundo árabe, com exceção de algumas partes da península arábica, estava sob o controle da Europa. O controle estrangeiro trouxe mudanças administrativas e alguns avanços na educação, mas também estimulou o crescimento do nacionalismo, principalmente nas camadas mais instruídas da sociedade.

A II Guerra Mundial mudaria a estrutura de poder no mundo. A derrota da França, a crise financeira européia, em decorrência da guerra, o surgimento dos Estados Unidos e da Rússia como superpotências, iriam  determinar uma nova correlação de forças.

A seguir, para que se tenha uma melhor compreensão dos acontecimentos desse período, estabelecemos uma cronologia que melhor poderá orientar no estudo do Islam.

 

Século XIV - 1300 - 1399 d.C

Século XV - 1400 - 1499 d.C

Século XVI - 1500 - 1599 d.C

Século XVII - 1600 - 1699 d.C

Século XVIII -1700 - 1799 d.C

Século XIX - 1800 - 1899 d.C

 


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