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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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Baibars I,o Paladino dos Paladinos

 

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Talvez o personagem mais singular e mais desconhecido da história islâmica seja o sultão e herói mameluco, Ruknuddin Baibars al-Bundukdari Ibn Abdullah (a maioria dos mamelucos adotaram este nome por serem convertidos e desconhecerem a identidade de seus pais. Durante seu governo, o Egito se converteu no estado mais poderoso do Islam oriental.

Baybars I (1260d.C-1277d.C) foi o verdadeiro fundador do império mameluco. Ele veio do corpo de elite dos mamelucos turcos, os bahriyyah, assim chamados porque formavam a guarnição da ilha de Rawdah, no rio Nilo. Baybars I estabeleceu seu governo firmemente na Síria, forçando os mongóis a recuarem para seus territórios no Iraque.

Nascido em 1223, na Criméia, às margens do mar Negro, pertencia à raça turca dos kipchaks. Baibars era alto, cabelo castanho e olhos azuis. Tinha uma mancha curiosa no olho e um olhar penetrante que traduzia seu caráter esforçado e severo. Vendido como escravo por um dos comerciantes no mercado de Damasco, foi adquirido para integrar a guarda do sultão aiúbida devido à sua compleição física. Sua habilidade com as armas e a coragem nos combates lhe granjearam a admiração de seus companheiros e superiores.

Sua carreira militar foi excepcional. Somente durante seus 17 anos de sultanato (1260-1277), ele realizou 38 campanhas, chegando a percorrer 40 mil quilômetros.  Lutou 9 vezes contra os mongóis, 5 contra os armênios e 3 contra os nizaridas ou "assassinos" . Contra os francos lutou em 21 ocasiões, saindo vencedor em todas. Com os cruzados alcançou conquistas consideradas impossíveis, como os castelos do mar da Galiléia, em 1266, Beaufort dos Templários (às margens do rio Litani, no sul do Líbano), em 1268, e o famoso Krak dos Cavaleiros (a oeste da cidade de Homs, na Síria), em 1271. Além disso, conquistou as cidades de Arsuf, Cesaréia, Jaffa, Haifa, Toron e Antioquia. Em 1273   destruiu o castelo dos Assassinos, em Masyaf (perto de Hamah, na Síria),   onde vivia Sinan, conhecido como o "Velho da Montanha" e sua sinistra organização.

Os "assassinos" formaram um ramo da seita ismailia. Partidários de Nizar, um dos filhos do califa fatimida Al-Mustanzir (1038-1094), transformaram-se em dissidentes e inimigos dos fatimidas, dos aiúbidas e dos mamelucos. Entre os séculos XI e XIII, tiveram um certo progresso no Egito, Síria e Irã. Foi a partir deles que surgiu um movimento que ficou conhecido no ocidente como os "assassinos" (do árabe hashashiyyin, viciados em haxixe). Ocuparam duas fortalezas convertendo-as em  bases de operação, em Alamut, nas montanhas do norte do Irã, em 1090, e outra em Masyaf, perto de Hamah, na Síria, no século XII. Seu objetivo era eliminar as personagens muçulmanas religiosas, militares e políticas principais, ou extorquir dinheiro delas em troca de "proteção". Esta organização foi duramente combatida pelo sultão Saladino e seus sucessores. Alamut foi conquistada pelos mongóis de Hulagu, em 1256.

Baibars também se destacou como reformador religioso e estadista. Proibiu a prostituição e bebidas alcoólicas, que eram punidas com a pena de morte. Nos acampamentos ou nos palácios do Cairo ou de Damasco, denunciava com sua voz potente e impertubável os males da época e recomendava soluções adequadas. Mandou construir escolas, hospitais, um estádio olímpico, balsas e canais no vale do Nilo, cozinhas populares, distribuição anual de 10.000 bolsas de cereais para assistência social e implementou um serviço postal que levava 4 dias do Cairo até Damasco.

Baibars morreu em Damasco, em 1277. Seu herdeiro político e militar foi o sultão Saifuddin Qala'un al-Afi (1277-1290), um hábil estrategista que conseguiu derrotar um grande exército mongol-armênio, liderado por Mangu Timur.

 

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