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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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A BATALHA DE MANZIKERT

 

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As  conseqüências da política de redução do número de efetivos no exército, criada por Constantino X, tinham ficado muito claras. A Armênia estava perdida e o Império à beira do colapso. A situação era delicada: os turcos estavam entusiasmados com as recentes vitórias e com a pouca oposição bizantina que iam encontrando em suas incursões aos territórios. Em Constantinopla, a morte de Constantino X, em 1067  leva ao trono  seu filho Miguel VII, bastante jovem. Eudóxia, sua mãe,  era regente e quando se casa com o comandante-geral Romano Diógenes, entrega o trono a ele. Romano não foi aceito pela família de Constantino e agora era o responsável pela reconquista dos territórios ocupados e ainda tinha que enfrentar a grave crise econômica que assolava o império.   A própria tarefa de organizar um exército (outrora simples quando os soldados eram escolhidos a dedo e treinados para a patrulha das regiões, e sempre em número suficiente de modo a cobrir a imensidão do Império), era agora bem difícil. Nas províncias, as forças eram insuficientes até para a defesa local. Romano Diógenes dispunha de um contingente de 100 mil homens, majoritariamente estrangeiro, escandinavos, normandos, francos e até turcos das estepes russas,   mal equipados e mal treinados, e decide reconquistar a Armênia.

Em 1071, Romano parte  com um exército aparentemente poderoso pelo fato de ser tão enorme. Era composto por três grupos bem distintos: o contingente mercenário,  quase só de turcos cumanos, liderado por José Tarchaniotes, nascido turco; o contingente de cavalaria franco-normando, comandado por Roussel de Bailleul, que constituía a força de elite; e o contingente imperial, liderado pelo comandante Andrônico Ducas, sobrinho do antigo imperador e chamado por Romano para tentar apaziguar as relações entre ele e a antiga família imperial.

O imperador tinha uma estratégia ousada: recuperar as fortalezas armênias, enquanto o líder turco, Alp Arsalan, combatia no sul da Síria, perto de Alepo. Confiante na força dos seus soldados, avançou para oriente, entrando na Armênia ao longo do Eufrates superior. Perto de Manzikert cometeu um erro fatal: decide dividir os exércitos em duas partes,  uma, liderada por ele próprio, que vai em direcção a Manzikert, e a outra que parte para tomar de assalto Akhlat, nas margens do lago Van. Romano achava que, com o ataque a Akhlat, teria a retaguarda protegida para poder prosseguir para o interior armênio. Porém, ao cortar o exército ao meio, o que ele mangou para Akhlat foi o contingente franco, que incorporava também os turcos cumanos.

 A sul, Alp Arsalan toma conhecimento das investidas bizantinas. Não demora muito a compreender a gravidade da situação, decidindo regressar imediatamente para o norte. Entretanto, Romano está às portas de Manzikert quando o informam do regresso de Alp Arsalan. Temeroso do que poderia acontecer ao outro contingente em Akhlat, decide regressar para sudoeste para se reunir com ele; porém, Romano comete novo erro colocando todo o exército em marcha sem mandar à frente patrulhas, como era costume na estratégia militar bizantina. Quando chega à estrada para Akhlat fica à espera do regresso do contingente franco.

O dia 19 de agosto, uma sexta-feira negra que seria lembrado como uma das maiores catástrofes para o Império e para o Ocidente. Romano aguarda a todo o momento o regresso dos seus mercenários quando é atacado pelo exército turco, que aproveita o relevo da região para surpreender o exército inimigo num vale. O caos apodera-se das tropas encurraladas e a vantagem turca da surpresa permite controlar a situação. Porém, a batalha já estava decidida antes, devido à falta de apoio do outro contingente: os turcos cumanos a serviço de Romano eram mercenários mas mal pagos, e se passam para o lado de Alp Arsalan, ajudando a massacrar os bizantinos. Os francos, liderados por Roussel, decidem  não tomar parte na batalha, evitando, assim, o que eles viam como um suicídio em massa.

 Os exércitos de Romano lutaram com bravura, mas o seu número, bastante inferior ao dos turcos, decidiu o desfecho da batalha. O comandante bizantino Andrônico Ducas, vendo que tudo estava perdido, retira-se para ocidente com as tropas de reserva. O imperador é capturado pelo exército turco e os seus soldados mortos ou feitos cativos.

FONTE:

J. J. Saunders. A History of Medieval Islam.

 

 

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