Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
MURAD IV
Depois da morte de Abbas, o Grande, a guerra turco-persa ficou mais violenta. Um jovem e vigoroso sultão chegava ao trono: Murad IV. Ele não gostava da idéia de Bagdá estar nas mãos dos persas e deu ordens para invadir a Pérsia. Mas os janissaries, o regimento principal dos sultões, rebelaram-se. Eles agora detinham um grande poder e por isso mesmo mais difícil de serem controlados, tanto que se recusaram a obedecer às ordens do sultão. O jovem sultão não sabia o que fazer. Consultando seu vizir, foi aconselhado a adotar uma linha dura. Mas, se ele suprimisse as tropas ele precisaria de uma corporação para ajudá-lo. Murad decidiu, então, criar essa corporação. Recrutou homens na Anatólia e com a ajuda deles puniu severamente os líderes dos janissaries revoltosos. Em seguida, reorganizou o exército e levou-o para a Pérsia, tomando Hamadan em 1630. Poucos anos mais tarde, ele retomou Erivan e um tratado foi assinado entre os poderes muçulmanos rivais. De acordo com seus termos, Murad IV devolvia Erivan aos persas, mas ficava com Bagdá.
Murad IV foi o último dos sultões fortes. Ele se impôs desde muito cedo, libertou-se das influências dos haréns, tomou medidas fortes contra os janissaries e restabeleceu o poder dos otomanos no oriente. Ele foi o último sultão a chefiar pessoalmente os exércitos. Não foi um governante notável como os seus antecessores mas tornou seu nome respeitado. Morreu em 1640, um pouco depois do término da guerra com a Pérsia, deixando um grande exército completamente formado. Durante seu reinado, ele foi auxiliado pelo grande Grão-Vizir Kara Mustafá, que continuou no cargo durante o reinado de Ibrahim, irmão e sucessor de Murad.