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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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MUSTAFA KEMAL

 

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O ano de 1919 foi terrível para a Turquia. O sultão era um títere nas mãos do ocidente, mas naquele ano surgiu um líder dentre os turcos derrotados e abatidos, que iria levantar a Turquia. Era Mustafa Kemal, o herói de Gallipoli e um líder dos Jovens Turcos. Ele organizou um Congresso nacionalista em Erzerum e elaborou um Pacto Nacional que foi aprovado pelo Parlamento. Incluía, entre outras coisas, a autodeterminação dos turcos. Os aliados não aceitaram e mandaram o general Milne para ocupar Istanbul. Os nacionalistas responderam com a criação de um governo provisório em Angora (Ankara), com Mustafá Kemal como presidente.

O Governo Nacional agiu rápido. Combinando força com diplomacia, conseguiu assinar tratados em separado com a Rússia, França e Itália. Os russos e os italianos se retiraram. Os gregos, no entanto, não aceitaram e, com o apoio de Lloyd George, o primeiro-ministro britânico, iniciaram uma guerra de conquista. Derrotaram os turcos em Alashehr, ocuparam Adrianópolis, na Trácia, e Bursa, na Turquia asiática. O sultão foi obrigado a aceitar o Tratado de Sèvres, em agosto de 1920, pelo qual os turcos desistiam oficialmente de qualquer reivindicação sobre territórios não turcos, mas Mustafá Kemal não se submeteu. Planejou suas campanhas com o mesmo de vigor como se dispusesse de grandes recursos. Na verdade, nada era mais mal aparelhado do que o exército nacionalista. Os gregos derrotaram os turcos mais de uma vez mas, em 1921, Mustafá Kemal acabou por expulsar os gregos. Um ano mais tarde, ele os derrotou e os forçou a abandonar Smirna,  que foi incendiada antes de eles irem embora.  O ocidente ameaçou a Turquia, mas Mustafa Kemal não se intimidou. Por fim, no Conselho de Mudania (outubro de 1922) os aliados aceitaram Kemal e a sua nova Turquia. A Trácia foi devolvida aos turcos e o Dardanelos e o Bósforo foram declarados neutros.

Depois disto, Kemal se voltou para as questões internas de seu país e aboliu o sultanato. Um ano mais tarde, ele dissolvia o Califado e declarava a Turquia uma república.  Assim, ele rompia definitivamente com um passado que tinha sufocado a vida do país e promoveu mudanças profundas no cotidiano turco. Declarou a Turquia um estado secular; adotou a escrita latina, aboliu o purdah, a poligamia e a lei muçulmana. Adotou o sistema legal europeu civil e penal e começou a modernizar o país dentro de um padrão europeu.  De início, ele enfrentou uma grande oposição, tanto interna quanto externa, mas ele conseguiu administrar essas divergências. Ele tinha em torno de si pessoas extremamente leais e com grande capacidade de trabalho. Em quinze anos de governo ele revolucionou a Turquia e a tornou mais progressista.

Mustafa Kemal, odiado por uns, amado por outros, permanece uma figura controversa.  A implantação da república significou a abolição do califado, o fim do império otomano, do Islam como forma de vida.

Ele foi substituído pelo companheiro e amigo Ismet Inonu, que tinha sido o primeiro ministro da república turca. Ismet Inonu continuou com o trabalho de reconstrução iniciado por Kemal, manteve a Turquia fora da II Guerra Mundial e, em 1945, ela surgia mais forte do que quando do início da guerra, em 1939. Ismet foi reeleito em 1939, 1943 e 1946, mas foi derrotado em 1950 e substituído por Celal Bayar.

 

FONTE:

"A Short Histoy of Islam" - S.F.Mahmud

                                                                               


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