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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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EXPEDIÇÃO A MUTA

 

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Em setembro de 629, seis meses após a peregrinação, aconteceu o primeiro choque entre muçulmanos e o mundo exterior. Mohammad tinha enviado uma carta a um dos príncipes da tribo Beni Ghassan, que governava Bosra, na Síria. No meio do caminho o emissário de Mohammad foi assassinado, o que foi considerado uma grande afronta, na medida em que se tratava de um enviado em missão de paz. Mohammad decidiu empreender uma expedição punitiva e organizou um contingente de 3000 homens em Medina. Zaid ibn Haritha, filho adotivo de Mohammad, foi indicado como comandante, e um irmão de 'Ali, Jaafar ibn abi Talib, que havia retornado recentemente da Abissínia, foi nomeado segundo comandante, com a responsabilidade de assumir o cargo no caso da morte de Zaid. Abdulla ibn Rawaha, um ansar de Medina, foi nomeado terceiro comandante.

O contingente saiu de Medina, acompanhado pelo próprio Mohammad, no primeiro dia de viagem. Na Arábia era praticamente impossível manter segredo sobre a movimentação de 3000 homens,preparando-se para uma incursão. O fato é que as tribos da Síria receberam a notícia do que estava se passando e o mais provável é que a tribo Beni Ghassan tenha organizado as tribos locais para a resistência. O encontro deu-se nas vizinhanças da cidade de Kerak, que ainda hoje conserva este nome.

A campanha terminou numa derrota fragorosa para os muçulmanos.

Quando chegaram a Maan, os muçulmanos souberam que o exército inimigo estava reunido  em Kerak, esperando por eles. Pararam por dois dias em Maan para decidirem o que fazer.  A maioria era a favor de permanecer em Maan e fazer chegar a Mohammad o que estava acontecendo,  solicitando orientação. A distância entre Maan e Medina, no entanto, era grande, o que poderia levar mais de um mês, entre a ida a Medina, as discussões lá e o posterior retorno a Maan.

Foi Abdulla ibn Rawaha, o ansar de Medina e o terceiro comandante, quem propôs o avanço imediato. Ele era um seguidor fervoroso de Mohammad e suas palavras incentivaram os  muçulmanos a votar a favor do avanço.

O primeiro contato foi feito no cume das montanhas de Moab. Após algumas escaramuças, os muçulmanos se retiraram para uma aldeia chamada Muta, que existe até hoje. A retirada provavelmente deveu-se ao fato de que a região era  cortada por desfiladeiros estreitos, ao passo que Muta é uma pequena planície aberta, grande o suficiente para permitir a movimentação de milhares de homens.

As batalhas árabes daquela época eram competições entre cavalheiros, onde os dois lados arrastavam um ao outro. A única tarefa do comandante era ser o primeiro a lutar, desafiando o inimigo para o combate, ou então levar a bandeira de guerra. Como não houvesse retaguarda nem manobras táticas, o comandante era quem dava o exemplo de heroísmo.

De acordo com esses princípios, Zaid ibn Haritha pegou a bandeira de guerra que Mohammad lhe havia confiado e foi direto para as fileiras do inimigo. Na luta ele caiu crivado de lanças e a bandeira ficou no chão. Jaafar ibn abi Talib, substituto de Zaid, pegou a bandeira, e partiu para cima do inimigo até receber um ferimento mortal de um soldado bizantino. O próximo comandante era o ansar Abdulla ibn Rawaha.  Ele tomou da bandeira e correu para o meio da luta, caindo ferido. Os muçulmanos, agora, estavam em completa desordem e confusão e começaram a retroceder. O recém convertido Khalid ibn al Waleed,  um dos melhores guerreiros coraixitas, que tinha comandado um ataque em Uhud, encontrava-se entre os muçulmanos. Percebendo que a batalha estava irremediavelmente perdida, ele reuniu os muçulmanos  remanescentes e conseguiu tirá-los do campo de batalha.

 

FONTE:

"The Life and Times of Muhammad" - Sir John Glubb - Madison Books - N. York

 

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