intro.gif (2169 bytes)

 

or_bar.gif (1182 bytes)

 

 

EXPEDIÇÃO CONTRA BENI AN NAZIR

 

l_brown.gif (101 bytes)

 

Os muçulmanos tinham sofrido três reveses sucessivos em quatro meses - Uhud, Al Raji e Bir Maoona. Não há registro na história oficial que Mohammad se sentisse desestimulado com esses contratempos, nem que estivesse havendo um número considerável de deserções das fileiras muçulmanas. No entanto, é possível que Mohammad percebesse que uma vitória seria desejável, pelo menos para mostrar a seus inimigos os muçulmanos ainda eram dignos de temor. Parece não haver dúvida de que a propaganda coraixita, que se seguiu à batalha de Uhud, criou entre as tribos a impressão de que o movimento muçulmano estava regredindo e que logo estaria acabado.

Tendo concordado em pagar uma dívida de sangue para dois homens da tribo 'Amir, Mohammad começou a levantar o dinheiro. Ele estava abatido, um homem que se encontra na infeliz situação de ter que pagar uma dívida de sangue pedir a seus amigos para contribuir com uma grande quantia que ele tinha que arrecadar. Com este pretexto, Mohammad, acompanhado de uma pequena delegação, que incluía Abu Bakr, Omar e Ali, dirigiu-se ao acampamento da tribo judaica de an Nazir, para pedir-lhes assistência financeira. Ele foi recebido cordialmente e obteve a promessa de contribuição.

De acordo com Ibn Ishaq, os judeus rapidamente se consultaram, dizendo que nunca mais teriam uma oportunidade como aquela para matar Mohammad, que estava sentado no chão, ao ar livre, de costas para as paredes da casa. Parece que um certo Amr ibn Jahash se apresentou como voluntário para subir ao telhado e jogar uma pedra sobre a cabeça de Mohammad. Uma versão sugere que os muçulmanos ouviram os conspiradores. Ibn Ishaq, no entanto, afirma que uma mensagem vinda do céu chegou a Mohammad, avisando-o do perigo. Ele se levantou e saiu para os jardins, dizendo a seus companheiros que esperassem onde estavam até que ele retornasse.  No entanto, assim que ele saiu das vistas dos companheiros, ele correu a Medina, reuniu-se a seus seguidores e lhes disse que an Nazir tinha tentado matá-lo e que ele tinha decidido declarar guerra a eles.

Os judeus se fecharam em sua aldeia fortificada, que estava sitiada pelos muçulmanos. Segundo relatos, Abdulla ibn Ubay e seus partidários conseguiram mandar mensagens a al Nadheer, pedindo-lhes que resistissem e prometendo-lhes apoio. A tribo an Nazir era de agricultores e seu acampamento era circundado por maravilhosos jardins de palmeiras e que Mohammad mandou derrubar. Os homens da tribo começaram a gritar do alto de suas cassas, "ó Mohammad, você mesmo proibiu a destruição injustificável. Porque estão cortando nossas palmeiras?"

Parece realmente surpreendente que Mohammad tivesse dado tal ordem, porque ele devia ter previsto que esses jardins poderiam acrescentar grandes benefícios para os muçulmanos.Talvez ele temesse que Abdulla ibn Ubay pudesse chegar trazendo reforço para os judeus e por isso estava ansioso para acabar rapidamente com a operação.  Por fim, em setembro de 625, depois de um cerco de duas ou três semanas, a tribo an Nazir concordou em se render sob a condição de que lhes fosse permitido emigrar para a Síria, levando com eles todos os pertences que pudessem carregar em seus camelos. No entanto, suas armaduras foram excluídas do trato.

Talvez num gesto de desafio, os judeus deixaram o oásis ao som de gaitas e tamborins e acompanhados de cantoras. Dois judeus que se converteram ao Islam permaneceram e mantiveram a posse de seus bens. O caso an Nadheer passou-se sem luta ou derramamento de sangue.

 

FONTE:

"The Life and Times of Muhammad" - Sir John Glubb - Madison Books - N. York

 

back1.gif (279 bytes)                                                                               


home.gif (396 bytes)


1