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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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ARÁBIA SAUDITA  -   ANTECEDENTES

 

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A Arábia Saudita é o maior país da Península arábica. Divide as costas do golfo pérsico e do mar Vermelho com os estados árabes do golfo, o Iêmen, a Jordânia e o Iraque. Muitos desses países são governados por uma única família - seja um rei, como na Arábia Saudita e Jordânia, ou um emir, como nos estados do golfo. As lealdades tribais também desempenham papel importante nesses países e grande parte de suas populações só recentemente deixaram de viver como nômades.

O título, Reino da Arábia Saudita, usa a palavra reino, que não é um termo islâmico. No entanto, considerando a importância da religião na Arábia Saudita, é claro que os sauditas acreditam que a autoridade única está com Allah. O governante saudita é um representante de Allah na terra e sua legitimidade política tem por base suas credenciais religiosas.

O termo saudita se refere à família Al Saud, a casa real da Arábia Saudita,que se originou de Saud ibn Mohammad ibn Mughrin. O próprio Saud não foi uma figura importante, mas seu filho, Mohammad ibn Saud conquistou a maior parte da península arábica no início do século XVIII. Quase dois séculos depois, a família cresceu enormemente e, em 1992, a Casa Real tinha mais de 4.000 membros masculinos.

A legitimidade do governo do rei baseia-se nos pilares da religião e na história da dinastia do clã Al Saud. O mais importante ancestral da família, Mohmmad ibn Saud (1710-1765), tinha sido um governante menor na região do Najd, antes do estabelecimento de uma aliança política e familiar com o pregador puritano muçulmano e reformador, Mohammad ibn Abd al Wahhab (1703-1787), em 1744. Mohammad ibn Saud e seus descendentes - os Al Saud - apoiaram fervorosamente o pregador e seus descendentes - os ash Shaykh - e estavam determinados a introduzir o Islam puro, que os oponentes chamavam de wahhabismo, por toda a Arábia. O fervor religioso facilitou a conquista do Najd e no seu apogeu no início do século XIX, os Al Saud estenderam o controle sobre a maior parte da Península Arábica. O conflito que se seguiu com o império otomano e as rivalidades dinásticas aumentaram a fortuna política dos Al Saud por todo o século XIX. Não obstante isto, a aliança saudita com os ash Shaykh continuou.

O fundador do moderno estado da Arábia Saudita, Abdul Aziz ibn Abd ar Rahman Al Saud (1876-1953) era o neto do último governante saudita efetivo do século XIX, Faisal ibn Turki (1810-1866). Abdul Aziz restaurou a família  introduzindo o zelo do Islam wahhabi. Em 1924, quando o movimento Ikhwan, uma força de militantes beduínos religiosos, criada por Abdul Aziz, conquistou o Hijaz, quase todo o território correspondente à Arábia de hoje, estava sob controle de Abdul Aziz. Em 1932, ele proclamou seu território o Reino da Arábia Saudita e a ele próprio seu rei.

Abdul Aziz governou até sua morte em 1953. Embora ele tivesse indicado seu filho mais velho como príncipe regente, ele não instituiu um mecanismo de sucessão ordenado. A falta de um processo de sucessão constituiu-se em fonte de potencial instabilidade política no país. Os problemas logo surgiram, depois que o rei Saud iniciou seu reinado. Como seu pai, Saud teve mais de 30 filhos e  queria que todos tivessem posições de influência e poder. Os vários irmãos do novo rei, que achavam que os sobrinhos eram muito jovens e inexperientes se ressentiam de serem excluídos do poder. As tensões políticas e pessoais entre os Al Saud, juntamente com as extravagâncias de Saud, culminaram com um golpe em 1964. Vários irmãos se juntaram e depuseram Saud e colocaram como rei o irmão mais velho, Faisal ibn Abd al Aziz Al Saud (1964-1975).  A transferência de poder foi apoiada pelas autoridades religiosas sauditas, os ulamas.

O rei Faisal fortaleceu os poderes da monarquia durante seu reinado de 11 anos. Embora ele fosse o primeiro ministro no governo de Saud, ele baixou um decreto estipulando que o rei seria tanto chefe de estado como chefe de governo. Faisal também aumentou o controle central sobre as províncias, dando responsabilidade a funcionários locais, criando um ministro da Justiça para regular as cortes religiosas autônomas e estabelecendo um plano de desenvolvimento nacional que coordenava os projetos de construção e serviços sociais pelo país. A preocupação de Faisal com instituições duráveis e governo ordeiro se estendeu à monarquia. Em 1965, ele convenceu seus irmão a observar o princípio da ordem de nascimento  para determinar a sucessão, embora o próximo irmão mais velho, Mohammad, tivesse abdicado em favor de Khalid   (1912-1982).

O governo de Faisal terminou bruscamente em 1975, quando ele foi assassinado por um de seus sobrinhos. Os filhos e os irmãos sobreviventes de Abdul Aziz aclamaram o príncipe herdeiro o novo rei. O novo príncipe herdeiro foi o irmão mais jovem, Fahd, que assumiu o trono depois da morte de Khalid. Fahd nomeou Abdallah o príncipe herdeiro e Sultan o terceiro na linha de sucessão. A relativa tranquilidade na sucessão de Faisal e Khalid parecia ter resolvido a questão entre os filhos de Abdul Aziz. No entanto, em 1992, Fahd alterou o procedimento. Pelo seu decreto, ele abria dois precedentes: a prerrogativa real de escolher e retirar a aprovação do príncipe herdeiro e um reconhecimento de que mais de 60 netos de Abdul Aziz eram legítimos postulantes ao trono. Anteriormente, os reis sauditas não tinha o direito de destituir um príncipe herdeiro designado.

Ao proclamar este direito, Fahd reacendeu rumores persistentes de que ele e seu meio irmão, Abdallah, discordavam em muitas questões políticas. Para prevenir especulações de que ele queria remover Abdallah, Fahd reafirmou a posição de Abdallah. No entanto, ao declarar que os reis sucessores seriam escolhidos entre os filhos e netos mais apropriados de Abdul Aziz, Fahd deu a entender que Abdallah ou qualquer futuro príncipe herdeiro não era herdeiro presumido do trono. A decisão de incluir netos no processo de seleção e como potenciais candidatos ao trono, simbolizou a intenção de Fahd e de seus irmãos sobreviventes de passar as responsabilidades decisórias para a geração mais jovem dos Al Saud. No entanto, esta decisão também introduziu mais incerteza no processo de sucessão. Pelo menos uma dezena de homens da geração mais jovem dos Al Saud, inclusive os filhos de Faisal, Fahd, Abdallah e Sultan, estiveram envolvidos ativamente no governo saudita e supostamente tinham um interesse pessoal na questão da sucessão.

 

 

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