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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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CONQUISTA DO EGITO

 

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Talvez o acontecimento mais importante ocorrido no Egito, desde a unificação promovida por Menés, tenha sido a sua conquista pelos árabes. A conquista do país pelos exércitos do Islam, sob o comando do herói muçulmano, Amr ibn al-As, transformou o Egito, de um país predominantemente cristão, em um país muçulmano, no qual a língua e a cultura árabes foram adotadas até por aqueles que professavam fé cristã e judaica.

A conquista do Egito foi parte do  processo de  expansão arabo-islâmica, que se iniciou com a morte do Profeta Mohammad, e as tribos árabes começaram a sair da península arábica em direção ao Iraque e Síria. Amr ibn al-As, que comandou o exército árabe no Egito, tornou-se um comandante militar por indicação do próprio Profeta.

Amr cruzou o Egito no final de 639 d.C, até Al Arish, com um exército de cerca de 4.000 homens montados em cavalos, armados com lanças, espadas e arcos. O objetivo do exército era a fortaleza de Babylon (Bab al Yun), porque ficava do outro lado da ilha de Rawdah, no delta do Nilo. A fortaleza era fundamental para a conquista, porque um avanço em direção a Alexandria, pelo delta do Nilo, seria arriscado enquanto a fortaleza não tivesse sido tomada por eles.

Em 640 d.C, chegou um reforço para o exército árabe, aumentando os efetivos das forças de Amr em cerca de 12.000 homens. Em julho desse mesmo ano, os exércitos bizantino e árabe se encontraram nas planícies de Heliópolis. Embora o exército bizantino tivesse debandado, ainda não era uma vitória muçulmana, porque as tropas bizantinas tinham fugido para Babylon. Finalmente, após seis meses de cerco, a fortaleza caiu em mãos árabes.

Em seguida, os árabes marcharam para Alexandria, que não estava preparada para resistir, apesar de ser muito bem fortificada. Então, o governador de Alexandria concordou em se render e foi assinado um tratado em 641 d.C. No ano seguinte, os bizantinos desrespeitaram o tratado e tentaram, sem sucesso, retomar a cidade.

Os conquistadores muçulmanos, de um modo geral, apresentavam aos povos conquistados três alternativas: a) conversão ao Islam; b) continuar professando sua religião com liberdade, pagando, em troca, um imposto;  e c) a guerra. Ao se renderem aos exércitos árabes, os bizantinos concordaram com a segunda opção. Os muçulmanos trataram bem os coptas egípcios. Durante a batalha pelo Egito, os coptas ou se mantiveram neutros ou apoiaram ativamente os árabes. Após a rendição, o patriarca copta reassumiu suas funções, os bispos exilados foram chamados de volta e as igrejas que tinham se submetido aos bizantinos, retornaram aos coptas. Amr permitiu que os coptas mantivessem seus postos de trabalho e indicou alguns coptas para exercerem outras funções.

Amr mudou a capital para uma nova cidade, chamada Al-Fustat (atual Antigo Cairo). A mesquita que ele construiu   leva seu nome e ainda existe, embora necessitando de muitas reformas.

Por dois séculos após a conquista, o Egito foi uma província governada por uma linha de governadores indicados pelos califas do Oriente. O Egito foi uma província lucrativa por causa da produção abundante de grãos e por causa dos impostos. Com o correr do tempo, a maior parte das pessoas aceitou a fé muçulmana, e a língua árabe tornou-se a língua oficial. A arabização do país foi ajudada pela contínua afluência das tribos árabes para o Egito.

Da época da conquista muçulmana em diante, a história do Egito se entrelaça com a história do mundo árabe. Assim, no século VIII, o país sofreu os efeitos da guerra civil árabe, que resultou na derrota da dinastia omíada, no estabelecimento do califado abássida e na transferência da capital do império, de Damasco para Bagdá.

O Egito tornou-se parte de   um império em expansão, que  logo se estenderia da Espanha até a   Ásia Central.  A dinastia omíada se estabeleceu em Damasco e dali governou o Egito, até que os abássidas passaram a controlar o califado e levassem a capital política do Islam para Bagdá. Para o Egito, a transferência da capital para mais longe significou um enfraquecimento do controle pelo governo central. Quando o califado abássida começou a declinar, no século IX, pequenas dinastias autônomas locais passaram a exercer o controle da vida política, econômica, social e cultural do país.

No entanto, Ahmad Ibn Tulun, que, em 868 d.C, havia sido indicado pelo califa abássida Al-Mu'taz para governar o Egito, proclamou o Egito um estado independente e defendeu seus  novos domínios contra os exércitos abássidas que haviam sido enviados para destituí-lo. A dinastia dos tulunidas governou o Egito por 37 anos. Ibn Tulun construiu uma cidade, Al-Qitai, que passou a ser a nova capital. A cidade se concentrava em torno de uma grande mesquita, cujo pátio dava para acomodar todo seu exército, e mais os cavalos. Mas a dinastia tulunida foi rapidamente extinta pelos abássidas, que mantiveram um controle direto sobre o Egito até Mohammad Ibn Tughl ser indicado governador da província com o título de Ikhshid, que lhe permitia governar independentemente dos controles do califado. A dinastia ikhshidida governou de 935 d.C até 969 d.C, quando o Egito foi invadido pelos exércitos xiitas dos fatimidas, vindos da Tunísia.

 

 

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