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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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SÍRIA

 

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Em 626 d.C,  Medina  já era um estado islâmico, sob a liderança do Profeta. No ano de 629 d.C, o fervor religioso e as pressões de uma população em expansão, impeliram as tribos árabes a invadirem as terras ao norte da península arábica. Eles chamavam essas terras de bilad al sham, o país ou terra de Sham - o nome para designar Damasco. Esta palavra sham, vem do árabe e significa dignidade, indicando o elevado respeito que a maior parte dos árabes tinha por Damasco. Os árabes, inclusive os sírios, se referiam à Síria por esse nome desde sempre, e chamavam aos sírios de shammis.

Mohammad inicia uma política de boa vizinhança com os reinos vizinhos e começa a enviar mensagens diplomáticas  aos diversos governantes da época, com o convite para que aceitassem o Islam. Uns aceitavam, outros respondiam com  palavras de desdém, mas o governante bizantino da Síria foi mais longe e mandou matar o mensageiro do Profeta, o que foi considerado  uma  ofensa inominável. O Profeta,  então, organiza uma expedição à Síria, sob o comando de Zayd ibn Haritha. O exército bizantino era mais numeroso e mais bem armado e infligiu uma derrota aos muçulmanos. Zayd morreu lutando nesse confronto. Com o  Profeta ocupado com os problemas de Meca e mais tarde com os judeus, e depois com a sua morte em 632d.C, a questão com a Síria ficou adiada. 

Quando Abu Bakr assumiu o califado, sucedendo ao Profeta, ele voltou sua atenção para   aquela  região.  Organizou três pequenos exércitos, comandados por Amr ibn al-As , Yezid ibn Abi Sufyan e Shurahbil ibn Hasanah, e os enviou separadamente. Cada comandante muçulmano liderava 3.000 soldados. Esses exércitos enfrentaram os bizantinos em pequenos confrontos e saíram vitoriosos. O imperador bizantino mandou um exército mais poderoso, dessa vez sob o comando de seu irmão Teodoro. Quando soube disto, Abu Bakr decidiu mandar o grande general muçulmano, Khalid ibn al-Walid, para enfrentar os exércitos sírios. Khalid, nessa época, estava em campanha contra o Iraque. Quando recebeu a ordem de Abu Bakr,  pegou cerca de 900 homens e em 18 dias chegava às portas de Damasco, depois de cruzar o deserto que separa a Síria do Iraque. 

Os bizantinos tinham alguns aliados entre os árabes. Um desses aliados era a tribo árabe Bani Ghassan, que havia emigrado para a Palestina, aceitado o cristianismo e se instalado no que hoje seria a Jordânia. Eles tinham um exército poderoso, que partiu para o confronto com Khalid.  Mas Khalid reagiu e conseguiu derrotar os ghassanidas na batalha de Marj Rahit, indo juntar-se depois às outras forças árabes, que haviam sido enviadas por Abu Bakr.

Em 635 d.C, Damasco se rendeu ao grande general muçulmano, Khalid ibn al Walid. Minada pelas constantes incursões persas, pelos cismas religiosos e pelas revoltas nas províncias provocadas por um governo cruel, Bizâncio ofereceu muito pouca resistência ao Islam.

Nesse meio tempo, Abu Bakr veio a falecer, sendo sucedido por Omar, considerado seu  braço direito. Assim a campanha contra a Síria continuou. Por razões desconhecidas, Omar substituiu Khalid no comando das tropas por Abu Obaidah inb al-Jarrah, um companheiro do Profeta. Os dois exércitos se encontraram nas margens de um pequeno rio, o Yarmuk. O dia estava quente e ventava, levantando poeira e areia do deserto.  O exército bizantino se sentiu inseguro e diz-se, até, que eles se amarraram com correntes, mas não conseguiram resistir ao furação dos ataques árabes. O exército muçulmano, ainda que inexperiente e mal treinado, derrotou o grande exército bizantino.  Os muçulmanos tinham vencido uma batalha decisiva e os cristãos tinham perdido a Síria.

Nos séculos seguintes, os muçulmanos estenderam e consolidaram seu domínio em  muitas áreas e em 1200 d.C, eles controlavam as terras que iam do Atlântico à Baía de Bengal, da Rússia Central   ao Golfo  de  Aden. Onde quer que fossem, construíam mesquitas, túmulos, fortes e belas cidades. As ruínas desses estruturas são encontradas na grande Síria, o coração da cultura arabo-islâmica.

O Califado Omíada

O Profeta Mohammad fez de Medina sua primeira capital e foi  lá que ele  morreu. A liderança dos fiéis coube a Abu Bakr (632 d.C - 634 d.C), sogro de Mohammad e o primeiro dos quatro califas probos, ou líderes temporais dos muçulmanos. 'Omar seguiu-se a ele  (634d.C a 644d.C) e organizou os governos das províncias conquistadas. O terceiro califa foi Osman (644d.C a 656d.C), sob cuja administração a compilação do Alcorão foi levada a cabo.  Entre os aspirantes ao califado, estava 'Ali, um primo e genro de Mohammad, cujos partidários sentiam que deveria ser o sucessor do Profeta. Depois do assassínio de Osman, 'Ali se tornou o califa (656d.C a 661d.C). Depois de uma guerra civil com outros aspirantes ao califado, 'Ali mudou sua capital para a Mesopotâmia (Kufa) e mais tarde foi assassinado em Kufa. Os primeiros seguidores de 'Ali fundaram as primeiras seitas dissidentes do Islam, o Shia 'Ali, partido de 'Ali. Aqueles que tinham aceitado as sucessões anterior  e posterior de 'Ali mantiveram a ortodoxia do Islam e são chamados de sunitas, da palavra sunnia, que significa ortodoxo.

Depois do assassinato de 'Ali, Muawiyah, o governante da Síria durante as primeiras conquistas árabes, um parente de Osman, e um membro da linhagem coraix do Profeta, se proclamou califa e estabeleceu a capital em Damasco. De lá, ele conquistou os inimigos dos muçulmanos a oeste, sul e leste e lutou contra os bizantinos no norte.  Muawiyah é considerado o arquiteto do império islâmico e um gênio político. Sob seu governo, a Síria se tornou a mais próspera das províncias do califado. Muawiyah criou um exército profissional e, embora rigoroso no treinamento deles, a lealdade eterna de suas tropas por causa dos salários generosos regularmente pagos. Herdeiro dos estaleiros sírios construídos pelos bizantinos, ele criou a primeira marinha do califado.  Também  concebeu e criou um governo eficiente, inclusive com um controlador das finanças e um sistema postal.

Muawiyah cultivou um  bom relacionamento com os cristãos sírios, recrutando-os para o exército com pagamento duplo, indicando os cristãos para exercerem elevados cargos na administração. Sua sensibilidade para com   o  comportamento humano, foi um  dos componentes para o seu grande sucesso político. A imagem moderna que a Síria faz de Muawiyah, é a de um homem com uma grande quantidade de hilm, uma combinação de magnanimidade, tolerância e auto-disciplina e de duha, perícia política - qualidades que os sírios continuam esperando de seus líderes. Em 732 d.C, a dinastia criada  tinha conquistado a Espanha e Tours, na França e ampliado os domínios islâmicos até Samarkand e Kabul, muito mais do que tinha conseguido o império romano. Assim, Damasco alcançou uma fama ímpar entre as cidades do   século VIII.

Os muçulmanos omíadas estabeleceram  um governo militar na Síria e usaram o país, primeiramente, como  uma base de operações. Eles viviam distante do povo e no  início fizeram muito pouco esforço para converterem os cristãos ao Islam. Os omíadas administraram as terras à moda dos bizantinos, dando completa autoridade aos governadores provinciais.

Na administração da lei, os omíadas seguiram as tradições criadas pelas monarquias helênicas e pelo império romano. A lei do conquistador,  no caso a lei muçulmano (shari'ah), aplicava-se apenas àqueles da mesma fé ou nacionalidade dos conquistadores. Para os não muçulmanos, a lei civil era a lei de millet (comunidade religiosa separada, também chamada de milla); os líderes religiosos administravam a lei de millet. Este sistema prevaleceu no Islam e permaneceu nos códigos legais da Síria.

Durante  89 anos de governo omíada, a maior parte dos sírios se tornaram muçulmanos e a língua árabe  substituiu o aramaico. Os omíadas cunharam moedas, construíram hospitais e canais subterrâneos para trazer água para as cidades. O país prosperou econômica e intelectualmente. O comércio com o exterior se expandiu e judeus e cristãos letrados, muitos deles gregos, encontraram emprego na corte, onde eles estudavam e praticavam medicina, alquimia e filosofia.

Reinos e Califados subsequentes

Em decorrência de califas dissolutos, a dinastia omíada começou a declinar numa época em que muçulmanos sunitas e xiitas no Irã começaram a pressionar as fronteiras omíadas. Em 750 d.C, os abássidas, cujas forças tinham se originado em Corassã (no nordeste  do Irã),  derrotaram os omíadas e estabeleceram  o  califado  em Bagdá. Como consequência, a Síria se tornou província de um império.

O goveno abássida na Síria, contudo, foi precário e muitas vezes foi desafiado por príncipes muçulmanos independentes. O maior deles foi Abu Ali Hamdan, que fundou um reino conhecido como Hamdani. Xiita, ele estabeleceu sua capital em Alepo, e os abássidas o reconheceram como  Sayf ad Dawlah (a espada do estado). A dinastia hamdanida governou por todo o século X e ficou famosa por  suas conquistas nos campos das ciências e das letras. Na Europa, ela era conhecida por seus ataques persistentes  contra Bizâncio. O reino  hamdanida acabou em  1094, com os muçulmanos turcos seljúcidas, vindos  do nordeste.

Durante o mesmo período, os fatimidas se instalaram no Egito e se dirigiram para norte, contra a Síria. Os fatimidas eram  menos tolerantes com os povos subjugados do que seus predecessores. A intolerância atingiu o seu auge durante o governo do Califa Abu Ali Mansur al Hakim (966d.C - 1021d.C), que destruiu igrejas e provocou a fuga de cristãos para as montanhas. Quando ele anunciou sua divindade, sua mãe o matou. Nos vales isolados do Monte Hermon, na Síria, seus seguidores encontraram um  povo que adotou sua religião, os ancestrais dos drusos sírios de hoje.

O domínio muçulmano sobre os lugares cristãos sagrados, superpopulação e as constantes guerras na Europa, estimularam as  Cruzadas, a primeira grande aventura colonial ocidental no Oriente Médio. Entre 1097 e 1144 d.C, os cruzados criaram principados de Edessa (no nordeste da Síria atual), Antioquia, Trípoli e o Reino Latino de Jerusalém. A região politicamente fragmentada foi um alvo fácil para a conquista dos europeus. A primeira ameaça muçulmana às trincheiras europeias não veio da Grande Síria e sim de Zangi, o emir de Mosul   (Iraque). Zangi tomou Edessa em  1144d.C, e seu filho Nur ad Din (Luz da Fé), defendeu Damasco, estendendo o domínio, de Alepo até Mosul.  Quando o último califa fatimida morreu, Nur ad Din tomou o Egito também. Eliminando o sectarismo sunita/xiita, a rivalidade que tinha ajudado a aventura europeia, ele  conclamou a jihad, para unificar a força para os árabes na Grande Síria e Egito.

A jihad foi para libertar Jerusalém, a terceira cidade mais sagrada para os muçulmanos, a qual chamam de Bayt   Quds (a casa da santidade), em  memória à parada de Mohammad naquela cidade, em sua viagem noturna aos céus. Coube a Saladino (Salah ad Din al Ayubbi, retidão da fé), um oficial de Nur ad Din, recuperar Jerusalém.   Saladino, um curdo, unificou a Síria e o Egito, uma preliminar necessária, e depois de muitos revéses, tomou Mosul, Alepo e uma série de cidades, desde Edessa até Nasihin. Em 1187 d.C, Saladino tomou Al Karak, um forte dos cruzados no caminho entre Homs e Trípoli, tomado pelo infame Reginaldo de Chatillon, que havia descumprido tratados, molestado a irmã de Saladino e atacado Meca, com  o  objetivo de obter o corpo do Profeta para exibi-lo em Al-Karak. Saladino sitiou Jerusalém em setembro de 1187d.C, e nove dias depois, a cidade se rendia. O comportamento de Saladino e o controle completo de suas tropas, granjearam-lhe o respeito de todos os habitantes de Jerusalém e o epíteto de "flor do cavalheirismo islâmico".

Saladino infligiu os mais poderosos golpes contra os cruzados, ergueu o orgulho muçulmano e o auto-respeito, e fundou a dinastia dos aiúbidas, que governou o Egito até 1260  d.C. Durante sua vida, promoveu a harmonia entre os muçulmanos do Oriente Médio e ganhou a posição de honra e afeição entre eles, que permanece forte até hoje, principalmente na Síria.

Quando Saladino morreu de malária em 1192 d.C, seu governo se estendia do rio Tigre até o Norte da África e o sul do Sudão. A morte de Saladino acabou com essa unidade. Seus sucessores aiúbidas discutiam entre si e a Síria partiu-se em pequenas dinastias centradas em Alepo, Hamah, Homs e Damasco. No sécvulo XIV, depois de repelir sucessivas invasões dos mongóis vindos do norte, os sultões mamelucos do Egito, sucessores dos aiúbidas, governaram do Nilo até o Eufrates. Suas grandes cidadelas e monumentos ainda estão de pé. Em 1516 d.C, o sultão otomano na Turquia derrotou os mamelucos em Alepo e fez da Síria uma província do novo império muçulmano.

O império otomano na Síria

Os otomanos eram turcos muçulmanos nômades, oriundos da Ásia Central, que tinham sido convertidos ao Islam pelos conquistadores omíadas no século VIII. Liderados por Osman (daí o termo ocidental otomano), eles fundaram um principado em 1300 d.C, em meio às ruínas dos mongóis, arrasados pelo  império seljúcida, no noroeste da Turquia. Cinquenta anos mais tarde, os sucessores de Osman invadiram a Europa, conquistaram Constantinopla em 1453 d.C, e no século XVI, conquistaram  todo o Oriente Médio. De 1300 d.C até 1916 d.C, quando o império ruiu, 36 sultões, todos descendentes de Osman, governaram a maior parte do mundo muçulmano. Os europeus se referem ao trono otomano como "A Porta Sublime", um nome derivado do portão do palácio do sultão, em Istambul.

A partir de 1516 d,.C, os otomanos governaram a Síria através de pachás, que administravam com uma autoridade ilimitada os territórios sob seu comando, embora a responsabilidade final fosse da Porta Sublime, em  Istambul. Os pachás eram líderes administrativos e militares. Na medida em que  recolhessem seus impostos, mantivessem a ordem  e governassem uma área sem importância militar, eram deixados em  paz. Em troca, os pachás  governavam distritos administrativos através de um subordinado turco ou um árabe leal. Ocasionalmente, como na região que se tornou o Líbano, o subordinado árabe mantinha sua posição, mais pelo seu próprio poder do que pela lealdade. Por todo o governo otomano, havia pouco contato com as autoridades, exceto entre os sírios mais ricos, que entravam para o serviço do governo ou estavam em universidades turcas.

O sistema não era particularmente oneroso para os sírios, porque os turcos respeitavam o árabe como a língua do Alcorão e aceitavam o manto de defensores da fé. Damasco tornou-se o maior entreposto para  Meca e como tal, adquiriu um caráter sagrado para os muçulmanos por causa da baraka (força espiritual ou bênção) dos incontáveis peregrinos que passavam para fazer o hajj, a peregrinação a Meca.

A administração otomana muitas vezes seguia as normas baixadas pelos governantes anteriores. Cada minoria religiosa, xiita, grego ortodoxo, maronita, armênio e judeu, constituíam um millet. Os chefes religiosos de cada comunidade administrava toda a lei e executava certas funções civis também.

A economia síria não cresceu sob o império dos otomanos. De vez em quando, tentativas eram feitas para reconstruir o país, mas a Síria, como um todo, permaneceu pobre. A população decresceu em  cerca de 30%, e, literalmente, centenas de cidades desapareceram no deserto. Ao final do século XVIII, apenas 1/8 das cidades ainda estavam habitadas. Somente a área hoje conhecida como Líbano é que alcançou um certo  progresso econômico, consequência do governo relativamente independente dos emires drusos.

Embora empobrecida pelo domínio otomano, a Síria continuou a atrair comerciantes europeus, que por séculos tinha transportado especiarias, frutas e têxteis do Oriente Médio para o Ocidente. No século XV, Alepo liderou o mercado do Oriente Médio e ofuscou Damasco em riqueza, criando a rivalidade entre as cidades.

Com os mercadores do Ocidente, vieram os missionários, professores, cientistas e turistas, cujos governos começaram a clamar por certos direitos. A França exigiu o direito de proteger os cristãos e, em 1535 d.C, o   sultão Suleyman I concedeu à França muitas "capitulações", direitos extraterritoriais, que desaguaram em uma política de semiautonomia, não só por parte dos franceses, mas também dos cristãos protegidos por eles. Os ingleses conquistaram direitos semelhantes em 1580 d.C, e criaram a Companhia do Levante, em Alepo. No final do século XVIII, os russos reivindicaram direitos de proteção sobre a comunidade dos gregos ortodoxos

O império otomano começou a dar sinais de declínio no século XVIII. No século XIX, a Europa começou a tirar vantagem da fraqueza otomana, através de uma penetração política e militar, inclusive com a invasão do Egito por Napoleão, a subsequente intervenção britânica e a ocupação francesa do Líbano. O desenvolvimento econômico da Síria com o uso do capital europeu, por exemplo, estradas de ferro construídas com o dinheiro francês, trouxe novas incursões.

A penetração ocidental tornou-se decididamente política após o levante druso na província síria do Líbano, em 1860 d.C. A revolta começou no norte, por causa de divergências entre camponeses  maronitas cristãos e os senhores de terras. Como a revolta se dirigiu para o sul, nos territórios onde os senhores de terras eram drusos, a conflagração adquiriu um caráter  sectário e os drusos massacraram perto de 10.000 maronitas. A França enviou tropas e os tirou de lá um ano mais tarde, somente depois de a Europa ter forçado a Sublime Porta a conceder novas leis para o Líbano. Pelo Estatuto de 1861d.C, pela primeira vez o Monte Líbano foi oficialmente separado da Síria e sua administração melhorou sob o controle francês.

Por causa da pressão européia, bem como do descontentamento do povo sírio, os sultões otomanos promoveram algumas reformas durante o século XIX. A ocupação egípcia da Síria, de 1831d.C a 1839d.C, sob a autoridade nominal do sultão, trouxe um governo centralizado, uma reforma judicial e uma taxação regular. Mas, Ibrahim Pasha, filho do governante egípcio, tornou-se impopular entre os proprietários de terra, porque ele limitava a influência deles, e entre os camponeses, porque ele impôs uma mobilização e uma taxação. Finalmente, ele foi expulso da  Síria pelos exércitos do sultão. As reformas subsequentes do sultão turco Mahmud II, e de seu filho, foram mais teóricas do que verdadeiras e foram combatidas pelas forças reacionárias dentro do estado, assim como pela inércia dos oficiais otomanos. As reformas tiveram algum sucesso entre os curdos e os turcomanos no norte e entre os alawis, na Latakia, mas frustrantes com os drusos, que viviam no Jabal Druso (atual Jabal al Arab), uma área excessivamente montanhosa no sudoeste da Síria, que manteve sua autonomia jurídica e administrativa e a isenção do serviço militar.

Embora as tentativas de reforma posteriores tenham falhado, algumas das mais bem sucedidas ainda resistem. Entre elas, estão a colonização das fronteiras sírias, a supressão dos ataques tribais, a abertura de novas terras para o cultivo e o início dos assentamentos das tribos beduínas. Tentativas de registrar a terra não deram certo, por causa do medo dos camponeses de serem taxados.

O Sultão Abdul Hamid II (1876d.C-1909d.C), algumas vezes conhecido como Abdul Hamid, o maldito, adquiriu uma reputação de o mais tirano dos sultões otomanos. Os seus oponentes morriam rapidamente e as taxas se tornaram pesadas. Abdul Hamid tentou conquistar a lealdade de seus súditos muçulmanos, pregando idéias pan-islâmicas e em 1908 d.C, terminou a Estrada  de Ferro de Hijaz, entre Istambul e Medina. Contudo, a crueldade do sultão e o aumento das influências culturais ocidentais, representaram o primeiro passo para o nacionalismo árabe. A I Guerra Mundial seria o seguinte.

 

 

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